quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

APROVEITANDO O GANCHO...


No artigo anterior, falamos sobre mudanças e sonhos. Para não deixar o artigo muito mais longo, guardei essa segunda parte para depois, o que não significa em absoluto ter menor importância do que a primeira parte, onde tratamos das mudanças pessoais... Mas e quando os que nos cercam mudam? Somos afetados pelas mudanças dos outros?

Somos sim, e como somos! Mais do que isso: interferimos no processo de mudança e crescimento daqueles que fazem parte de nosso mundo.

Já vimos que somos todos, uns em maior e outros em menor grau, resistentes às mudanças, por puro medo de sair de nossa zona de conforto. Não queremos deixar de trilhar aquele caminho, com o qual estamos tão familiarizados, do qual conhecemos cada curva, cada buraco e cada pedra, para seguir por um caminho que nos seja novo, abrindo mão da comodidade de já saber como ultrapassar com tranqüilidade, quaisquer obstáculos que venham a surgir ao longo da jornada.


Ok folks, se queremos nos manter dentro do conhecido, abrindo mão da novidade, é um direito nosso, e se isso é bom ou ruim, cabe a cada um julgar a si próprio e por si próprio. Entretanto, dentro desse medo de mudança, existe uma faceta que considero a mais interessante de todas: É o medo de que outras pessoas de nosso convívio mudem, e assim no tirem de nossa zona de conforto, no que diz respeito a convivência com elas.


Esse medo nos faz sabotar as tentativas de mudança de outras pessoas, e inúmeras vezes, sabotamos mudanças pelas quais nós mesmos pedimos (estamos aqui entrando no terreno da co-dependência, se houver feedback da outra pessoa para nossos mecanismos de sabotagem; falaremos sobre esse assunto em uma próxima oportunidade), e tanto brigamos depois por essas mesmas mudanças não terem ocorrido.

É fácil compreender o porquê desse círculo vicioso: Na verdade, tememos que com a mudança da outra pessoa, nós venhamos falhar ao efetuar nossa própria mudança, necessária para nos adaptarmos ao novo comportamento da mesma, posto que, a mudança de alguém ligado a nós por qualquer tipo de vínculo, vai exigir mudança em nós também, para que a convivência seja possível. São as mencionadas adaptações.

Assim, se alguém próximo a você, não efetuou alguma mudança que havia lhe prometido, ou que você tenha lhe pedido, antes de se irritar, brigar e/ou cobrar do outro, releia os fatos, e veja se não foi você mesmo quem "deu uma mãozinha" para deter a engrenagem.

Esse medo é real, pois lá no fundo, todos nós sabemos que não há como tirar um fruto do pé, sem balançar todo o galho do qual ele pende.

Mas, se por acaso, você descobrir alguma falcatrua que tenha feito para impedir alguma mudança em outra pessoa, não se culpe nem se maltrate por isso. Lembre-se de que, quando você o fez, o fez de forma instintiva e inconsciente, e, você só passa a ser responsável por seus atos, quando se torna consciente dos mesmos.

É assim com tudo. Por que vocês acham que a lei não prevê punição para os silvícolas e incapazes? Por que se dia, em contrapartida, que ninguém em condições normais pode alegar ignorância da lei?

É que na verdade, embora possa parecer que estejamos sempre tocando a mesma melodia, mais uma vez vamos precisar apelar para o bom senso e para o equilíbrio para traçar nossas metas, inclusive planejar nossas mudanças, tanto as necessárias, quanto as desejadas.

Mesmo com o medo a lhe intimidar, ouse e mude! Experimente o novo!
Não fique estagnado no seu trajeto evolutivo e, não se esqueça que sua primeira grande mudança consciente, pode ser permitir que alguém muito próximo a você, mude, sem críticas ou cobranças, e que, sair de sua zona de conforto para se adaptar à convivência com alguém que tenha mudado, é um grande sinal de amadurecimento e evolução!

Bem, antes de encerrar, quero lhes deixar um parágrafo escrito pelo grande Fernando Pessoa, o qual considero bastante pertinente para a ocasião e uma reflexão.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que têm a forma do corpo, e esquecer os velhos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Fernando Pessoa.


Um superhipermega abreijão da

Kika Krepski®.