quinta-feira, 12 de agosto de 2010

FELICIDADE É COISA MUITO SÉRIA!

É assombroso o índice de crescimento diário, do numero de pessoas que buscam ajuda profissional, tanto de psiquiatras que podem prescrever medicamentos, quanto de psicólogos, para acompanhamento via terapia, e ainda de terapias alternativas como acupuntura, florais, cromoterapia e outras dezenas que existem.
E qual é o mal que vem deflagrando esse comportamento?


É a perda da felicidade. Sim, é a perda da felicidade e do prazer de viver que vem acometendo as pessoas de forma devastadora. A vontade de não fazer nada, de ficar longe das outras pessoas e do mundo real. É a perda da vaidade e da auto-estima. É a tal da DEPRESSÃO.

Pois é, sorrateira, e de forma ininterrupta, ela vai tomando conta de nós e de nossas vidas, nos fazendo sentir um cansaço físico e uma exaustão emocional tão intensos, que não temos nem vontade, nem motivação e nem forças para fazer coisa alguma. Nem mesmo para atender um telefone.

Estamos cansados de ouvir os especialistas dizerem que a depressão e a perda da identidade, bem como a síndrome do pânico, são os males do século XXI.
Aliás, o número de doenças de fundo emocional, que vem atingindo inclusive crianças, é assustador: Hoje se considera comum uma criança da pré-escola sofrer de gastrite nervosa.
Soa absurdo, mas não é.
Os fatores que levam a esses problemas são inúmeros.


O contato entre as pessoas ficou restrito a um simples cumprimento de chegada e/ou de saída, nem se pede mais licença para passar por alguém, vez que o referido pedido foi substituído por um meneio de cabeça.

A vida social passou a se restringir aos sites de relacionamento, messenger, skype e salas de bate-papo, e o esporte mais praticado é o vídeo game.

Dessa forma, de ser social, a espécie humana está sofrendo uma mutação que parece conduzir à característica de ser anti-social. A capacidade de se relacionar com outros de sua espécie, no homem, está sendo atrofiada, e quando ele se encontra em um ambiente onde existem outros, a relação que se estabelece, geralmente é de competitividade.
As pessoas têm buscado motivação em mostrar umas às outras, que são mais eficientes, mais capazes, e que por isso podem ter o melhor carro, a melhor casa, os gadjets mais novos e sofisticados do mercado, as melhores roupas e de grifes mais caras.

As crianças e adolescentes por sua vez, para conquistar e manter a atenção e o respeito de seus pais, que estão sempre ocupados trabalhando para “ter mais daquilo que os faz ser mais” (em suas cabeças, claro), se vêem obrigadas, a obter os melhores resultados em suas escolas, escolas que extraem toda a energia de seus alunos e lhes rouba impiedosamente a infância e a juventude, os assoberbando de trabalhos e atividades. Afinal essas escolas precisam manter o padrão de escolas que mais aprovam alunos em vestibulares, sem a necessidade de cursinhos pré-vestibulares. Ou seja, os alunos são cobrados de forma excessiva pelos professores, que são cobrados de forma excessiva pelo departamento pedagógico, que é cobrado pelo departamento administrativo, and so on.


Por fim, todos acabam cobrando demais de si mesmos, e sempre tendo dentro de si, um incômodo sentimento de inadequação, incapacidade e culpa... E nos deparamos com pais que também se preocupam, se culpam e se cobram, por terem filhos geniais, obesos, sedentários e introspectivos. Cobram-se e se culpam por ver seus filhos transformados em miniaturas de adultos diante de um computador, e não as crianças e adolescentes barulhentos, brincalhões e risonhos que eles próprios um dia foram.

Pois é galera, toda essa cobrança em cadeia, gerando mais auto-cobrança e culpa, fazem com que a auto-estima de cada um, seja massacrada, juntamente com a autoconfiança.

People, é claro que eu também tenho minhas wish lists e meus must have, mas procuro manter sempre em mente que o refrão da canção Don’t worry, be happy, me é muito mais saudável.

Ok, eu concordo que é uma delícia poder envergar roupas e acessórios sofisticados e de grife, desfilando num belíssimo e novíssimo carro que seja o sonho de consumo da maioria dos reles mortais, bem como poder me gabar que na escola em que meus filhos e/ou sobrinhos estudam, eles já aprendem até o Mandarin, além da natação, teatro, canto, etc, etc, etc...


Muito legal tudo isso, mas...

A QUE PREÇO?

A QUE CUSTO?


Vale mesmo a pena aquilo que nos custa nossa própria felicidade? Ou melhor, ela tem preço?
Afinal felicidade é coisa muito séria, pois sem ela, mesmo que possamos encher os olhos dos outros com nossas conquistas, estaremos vazios por dentro, sem viço, e sem prazer algum com nossas vitórias.
Por isso quero encerrar com uma pergunta que só você poderá responder, e responder para sua própria consciência e coração:

Não seria prudente dar uma puxadinha em seu freio de mão, reduzir um pouco o ritmo, e curtir mais a vida que é tão curta???



Superhipermega abreijões da


Kika Krepski ®




2 comentários:

Sophia disse...

kika, vc como sempre dando um show. é isso aí. parabéns. SÓ APRENDE QUEM CONSEGUE TER SENTIMENTO.Bjs mil de sua miguíssima Re Mattos.

Unknown disse...

Querida irmãzinha (risos).

Seu artigo encaixou-se como uma luva com a atual fase da vida de minha família, como vc, aliás, muito bem sabe.

Concordo, em gênero, número e grau, com sua opinião acerca de "alguns colégios" que, através de seus prepostos, não se fazem de rogados ao empreenderem verdadeiro terrorismo psicológico em seus alunos, para, após, utilizar as fotos destes "recém-bichos" em suas campanhas publicitárias, buscando tão somente amealhar riquezas com matrículas de novos "geniozinhos" (ou seriam novas "vítimas"?)!

Beijo para você e para o Cláudio.

Marcelo.